13 de fev. de 2007

Fazer brincadeira sobre a morte em propaganda não ofende

Seria trágico se não fosse cômico. A viúva está toda compungida, ao lado do caixão do finado marido, quando começa a paquera e o sutil carinho, de iniciativa de um homem que foi levar pêsames. Nem o padre escapa da tentação e fica de olho, não na viúva propriamente dita, mas no seguro que o falecido deixou. A cena bem humorada da propaganda da Sinaf Seguros passou na TV, caiu na Internet, gerou polêmica e foi parar no Ministério Público do Rio de Janeiro após reclamação recebida pela Ouvidoria-Geral. O relato e a informação são da jornalista Débora Pinho, editora da revista Consultor Jurídico. Ela relata que a propaganda tem como o slogan: “Sinaf Seguros - transforma qualquer viúva em bom partido”. Para uma cidadã que reclamou da propaganda ao Ministério Público, a seguradora teria ofendido a religião, a moral, os sentimentos de pessoas em luto e a mulher de um modo geral.
A Sinaf Seguros defendeu-se argumentando que houve apenas uma piada e que a intenção foi a de “extrair diversão de situação comumente solene e triste”. Na defesa, a seguradora afirma que “a mensagem publicitária apresentada com muita criatividade é bastante evidente: os bons serviços da inquirida iniciam-se com a realização de um velório bem feito e terminam com a certeza de que haverá o recebimento do seguro de vida na maior brevidade possível, ao ponto de que – e nisso surge o toque de humor –, mesmo uma velha senhora seja capaz de despertar incisivos galanteios de um jovem e até mesmo de um religioso”.
O promotor Rodrigo Terra aceitou os argumentos e decidiu pelo arquivamento do inquérito que não chegou a ir ao Judiciário. O filme da propaganda está em exibição no saite Youtube. Os leitores do Espaço Vital podem assisti-lo aqui.

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