15 de set. de 2006

O despejo de um "de cujus"

Uma diligência corriqueira de despejo teve que ser cancelada na manhã de segunda-feira por uma situação inesperada: ao entrarem no apartamento onde deveria ser cumprido o mandado, na Rua Gustavo Sampaio, no bairro do Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro, duas oficiais encontraram o cadáver de uma mulher enrolado em lençóis e sacos plásticos e com as mãos e os pés amarrados.
As oficiais, que trabalham na 2ª Central de Mandados Cíveis do TJRJ e cumpriam mandado expedido pela 34ª Vara Cível da Capital, estavam acompanhadas por policiais militares do 19º Batalhão.
Ao ser perguntado por um dos policiais se estava sozinho, Harmut Herbert Richard Otto, de 54 anos, disse que sua mãe "estava no quarto". Imaginando que seria melhor deixá-la onde estava, até o final do encaixotamento dos objetos da casa, as oficiais de Justiça continuaram a ação de despejo normalmente.
Somente quando tentaram abrir a porta do quarto onde estava a mulher, os policiais começaram a desconfiar que havia algo errado, pois Harmut não sabia onde estava a chave. Depois de muita insistência, finalmente a chave foi encontrada e a porta foi aberta. Os policiais, então, se depararam com o corpo de Wal Traud Agnes Otto, de 85 anos.
Hermut disse que sua mãe havia morrido na noite anterior, mas os policiais afirmaram - pelo estado de rigidez e coloração - que ela já estava morta há pelo menos três dias. Todos foram, então, para a 12ª Delegacia de Polícia, em Copacabana, onde Harmut foi indiciado por ocultação de cadáver e ficou detido. Ele não deu nenhuma explicação para o fato e disse que falará apenas em juízo.

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